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alumni pelo mundo

Janeiro | Alumni pelo Mundo

Yussuf Mahomed

Terminei a componente curricular em 2005 e nesse mesmo ano candidatei-me a duas das conhecidas Big4, e tinha apenas uma área na qual estava interessado – Fiscalidade – pois pretendia ter uma carreira profissional na área em que me tinha formado. Fui chamado para a entrevista em ambas as entidades e decidi aceitar o convite da KPMG, no departamento de Corporate Tax. Fruto das minhas funções, tive oportunidade de conhecer várias partes do país onde fui fazer a revisão da componente fiscal dos projetos de auditoria, e outros tal como Tax Due Diligence, M&A, entre outros.

No início de 2010, quando ocupava a posição de Senior Tax Advisor, surgiu a possibilidade de efetuar um secondment de 2 anos no escritório de Maputo, em Moçambique, com o objetivo de ajudar a desenvolver os skills do departamento de Fiscalidade. Como tinha o bichinho de ter experiência internacional, decidi abraçar esta aventura de ir para uma realidade diferente da que tinha em Portugal.

A experiência de trabalhar em Maputo tem vindo a ser enriquecedora a todos os níveis. Do ponto de vista pessoal, casei e constituí família em Moçambique. Relativamente à parte profissional, fez com que tivesse de colocar em prática as experiências acumuladas e ajudar a jovem equipa local a melhorar os conhecimentos de matéria fiscal, visto que, à data, a legislação fiscal moçambicana e portuguesa eram bastante semelhantes. Fui igualmente aprendendo que algumas interpretações dessas matérias eram bastante distintas. O secondment correu bastante bem, pelo que os sócios da KPMG em Moçambique convidaram-me para continuar no escritório de Maputo, tendo passado pelas várias posições na hierarquia e sido promovido a sócio em 2014. Passados cerca de 13 anos desde a aventura, continuo na KPMG em Moçambique, e sou o responsável pelas áreas de Tax Advisory & Legal

Durante este meu percurso em Moçambique tive a oportunidade de viajar em trabalho para vários pontos do país, e também a nível regional como África do Sul, Quénia, e outros países mais longínquos como a Austrália ou os Estados Unidos da América. Tenho também o privilégio de no dia-a-dia lidar com clientes e colegas de todo o mundo, algo que é um bónus e mantém-me a par de matérias fiscais a nível internacional. 

Ainda que apenas conheça “uma casa”, a KPMG, sinto-me muito realizado com a trajetória da minha carreira profissional, e mais ainda quando reencontro colegas que ajudei a formar e que estão hoje a singrar no mercado de trabalho.

Quando ingressei no departamento de Corporate Tax da KPMG, era o único no departamento que tinha sido formado no ISCAL. Achei algo supreendente, até porque o ISCAL era das poucas (ou única) instituições em Lisboa com oferecia a licenciatura em Fiscalidade. Como um New
Joiner
, os primeiros tempos foram de absorver muita informação de colegas mais experientes, mas havia termos utilizados que eram familiares, pois tinha aprendido durante o curso. Lembro-me de temas como Directiva Mães-Afiliadas, Convenção Modelo da OCDE, Acordos para Evitar a Dupla Tributação. Eram temas que tinha estudado em disciplinas como Direito Fiscal Internacional, e agora estava na fase de aplicar na prática. Foi uma sensação fantástica!

Há muitos outros exemplos como o referido, e sinto que o ISCAL muniu-me de todas as ferramentas para que eu conseguisse desenvolver os meus conhecimentos teóricos nas situações reais e que fazem a diferença nos negócios das empresas.

Também no ISCAL tive a oportunidade de aprender uma disciplina de Inglês Técnico/jurídico e que ainda hoje faço bom uso de um dicionário técnico, visto que em Moçambique, por supreendente que pareça, a comunicação com os clientes com quem trabalho é maioritariamente em inglês. 

Sem qualquer sombra de dúvida que o ISCAL, através dos seus cursos com componentes objetivos, práticos e que são utilizados no dia-a-dia das empresas, teve uma grande influência em ajudar-me a chegar ao ponto em que me encontro nesta trajetória profissional.

Para os atuais estudantes, considero que estão numa das melhores escolas que vos poderia preparar para o mercado de trabalho, e as empresas reconhecem a qualidade do recém-licenciado do ISCAL como um quadro de excelência. Fruto do desenvolvimento da sociedade e tecnologia, aliado ao conhecimento técnico das matérias lecionadas, considero que é cada vez mais importante desenvolverem o conhecimento das ferramentas tecnológicas, Data Analytics, Artificial Intelligence, e outras, pois no presente e futuro a tecnologia será muito importante nas nossas atividades profissionais.

Com a modalidade de trabalho remoto ou híbrido, que definitivamente veio para ficar, os futuros profissionais do ISCAL terão um leque maior de entidades onde desenvolver a sua profissão, quer seja a nível nacional como a nível internacional. Não deixem de verificar as oportunidades de “ir lá para fora, cá dentro”!