O ISCAL (Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa) realizou, na passada terça-feira, dia 19 de setembro, uma Cerimónia de Abertura do novo Ano Letivo 23/24.
Este evento, que aconteceu pelas 17h, no auditório da OCC (Ordem dos Contabilistas Certificados), teve por base dar as boas-vindas aos novos estudantes dos cursos de licenciatura e de mestrado.
A sessão dirigida pelo Presidente do ISCAL, Pedro Pinheiro, contou com a presença de Pedro Nuno Ferreira, Membro do Conselho Diretivo da Ordem dos Contabilistas Certificados, das direções dos cursos de licenciatura e mestrado, do representante da Associação de Estudantes, André Sousa, e da Alumna do ISCAL, Rita Piçarra.
Pedro Nuno Ferreira, membro do Conselho Diretivo da Ordem dos Contabilistas Certificados, em representação da Bastonária Paula Franco, que subiu a palco após a breve apresentação de Pedro Pinheiro, começou por dirigir o seu discurso a todos os estudantes que escolheram a área de contabilidade. “É um gosto ver este auditório com muitos alunos. Espero que grande parte de vós sejam contabilistas certificados – É esse o objetivo que pretendemos em termos futuros. Tendo em conta que é um dia marcante, não só em termos académicos, mas também é a forma de incentivar a procura de conhecimento, do saber, do crescimento individual e coletivo”, começou por afirmar. “A Ordem estará sempre disponível para vos receber. Estamos sempre abertos a este cruzamento entre a academia e o mundo empresarial”, continuou.
Pedro Nuno Ferreira aproveitou o momento para deixar ainda uma palavra não só a todos os estudantes, mas também aos docentes, investigadores e funcionários presentes. “Aos alunos, vocês são a razão de existir a Academia. Este ano vão ter alguns desafios que irão certamente superar. Vocês serão os líderes de amanhã, os pensadores críticos, e para tal irão ter várias unidades curriculares onde poderão aprender e evoluir o vosso pensamento crítico. Terão aqui também a oportunidade de fazer amigos para a vida. Aproveitem também esse lado”, disse o membro da Ordem e agradeceu toda a transmissão de conhecimento oferecida pelos docentes e investigadores e toda “a eficiência e eficácia de backoffice” aos funcionários, permitindo ao ISCAL um ensino de excelência.
Pedro Pinheiro tomou novamente a palavra e apelou aos estudantes: “Que estes três anos não sejam somente uma passagem pelo Ensino Superior onde desenvolveram um conjunto de competências técnicas e científicas, mas que nada mais ficou. Caso o seja, foi porque nós não tivemos a capacidade de vos dar mais”.
O presidente aproveitou ainda para falar da questão do edifício e sublinhou que o que faz as Instituições não são as instalações mas sim as pessoas que lá trabalham e estudam. Pedro Pinheiro apelou a todos os alunos que lutem pelos seus sonhos e que "coleccionem um conjunto de memórias e experiências" para recordar para o resto da vida. "Façam o favor de serem felizes durante o tempo que estão aqui connosco", pediu.
Do ponto de vista de Pedro Pinheiro, o ISCAL é uma instituição de prestigio na área das Ciências Empresariais em Portugal que forma continuamente profissionais altamente qualificados e deu o exemplo de três antigos alunos em que o seu percurso tem sido notoriamente falado: Carla Rebelo, diretora mundial da área de negócio de Recrutamento da Adecco, Rita Piçarra, que foi CFO da Microsoft Portugal e Jonathan Ball, analista na empresa J.P. Morgan. "Eles não são diferentes de nenhum de vós. Não entraram com superpoderes nem desenvolveram superpoderes no prédio da Miguel Bombarda. Mas há de facto um que só depende de cada um de vocês: o de ter a capacidade de ser resiliente, de ter a capacidade de acreditar e de lutar. É isso que faz com que os alunos do ISCAL sejam dos alunos mais procurados no mercado de trabalho", disse.
Quanto ao percurso no ISCAL, o presidente reforça a ideia de que terão momentos bons e menos bons, mas que é necessário arriscar. "A vida só corre sempre bem a um tipo de pessoas, as que nunca arriscaram. Aqueles que nunca decidiram fazer nada de diferente. Agora aqueles que realmente arriscaram, de facto, vão ter momentos menos bons. Mas são esses que, no final, daqui a três anos, vão estar mais aptos para enfrentar aquilo que é o mercado de trabalho".
A sessão foi também marcada pela chamada a palco dos diretores de cada licenciatura e mestrado bem como pelos orgãos de governo a quem o presidente fez um especial agradecimento pela dedicação e empenho demonstrada por cada um ao longo dos anos.
André Sousa, representante da Associação de Estudantes do ISCAL, aproveitou a cerimónia para contar um pouco da sua história enquanto iscalino e dar a conhecer as diferentes atividades extracurriculares onde estes se podem envolver. "Não vou esconder que o ISCAL não foi a minha primeira opção - foi a última. Sei que para muitos também foi a vossa última opção. Podem ter ficado tristes - eu também fiquei e só pensava o que tinha feito de errado e que devia ter estudado mais no secundário, mas a verdade é que, no meu segundo ano podia ter mudado de instituição, mas não mudei.", começou por contar o estudante. Para si, o Instituto não é apenas um prédio situado na Avenida Miguel Bombarda, mas "um espírito", onde se fazem amigos para a vida.
"O ISCAL tem um plenário social muito bom. Envolvam-se, vão aos convívios, estudem, dêem-se a conhecer as colegas da vossa turma e dos outros cursos. Temos a Associação de Estudantes e a Tuna - atualmente com audições abertas. Vão cantar, dançar e, se não souberem, vão na mesma. O ISCAL também tem uma júnior empresa que vos dá créditos extra para o CV. Tem vários extras como a Academia de Soft Skills. Vão, aprendam, sejam curiosos, tenham fome de aprender acima de tudo", invocou o jovem.
Por último, foi a vez da oradora convidada da cerimónia dar o seu testemunho. Rita Piçarra, antiga estudante do Instituto, falou do seu percurso pessoal e profissional e de como conseguiu conciliar as várias vertentes da sua vida para que agora, aos 44 anos de idade, se reformasse.
Começou por fazer surf enquanto frequentava o secundário em Sintra e foi nessa altura que, um dos seus professores da disciplina de Técnicas de Organizações Empresariais a incentivou a procurar a área de auditoria. "O meu professor disse-me que se eu gostava tanto de contabilidade tinha que ir para auditoria, porque até podia trabalhar muito, mas ganhava muito dinheiro. E eu, nos meus 16 anos, pensei qual era a faculdade que dava auditoria e foi assim que cheguei ao ISCAL", relatou Rita.
Rita Piçarra entrou na Deloitte em 2001 - onde trabalhou durante quatro anos - e confessou que, apesar do trabalho árduo, é um local que aconselha a todo o público jovem por oferecer uma aprendizagem vasta.
A ambição era muita, mas foi com a morte de Feher que a jovem confessa que começou a repensar a sua vida. “O que é que impede de acontecer isto a mim? É mesmo isto que quero para o meu futuro?”, disse. Foi então nessa altura que, numa auditoria à Microsoft, a diretora financeira da altura, Fátima Vieira, lhe falou de uma posição disponível na empresa.
Iniciou a sua carreira na Microsoft em Portugal, mas acabou por passar por vários países - Seattle, Paris, Brasil, Miami e Madrid - regressando novamente para Portugal como diretora financeira, em 2018. Rita conta que esta posição já fazia parte do seu plano de carreira que fez desde o primeiro dia que entrou para a empresa.
A anterior diretora financeira abordou ainda a temática da vida pessoal e que nem sempre é fácil conciliar os dois mundos. Falou da sua “receita de sucesso”: ter ambição, sonhar em grande, trabalhar arduamente, balancear a vida pessoal com a de trabalho, ter um plano financeiro e priorizar a saúde mental.
Hoje, Rita Piçarra diz que deseja partilhar toda a informação que possui com a sociedade, de forma a que possam viver mais e trabalhar menos. "Para serem felizes".
Rita termina o seu discurso com a mensagem “The Future is Mine” (O Futuro é Meu). "O vosso futuro é uma tela branca. Pensem naquilo que vos faz felizes e façam com que isso aconteça. E reformem-se antes dos 44 anos - é esse o desafio com que vos deixo", conclui.
