O Homem e duas das suas facetas
Partindo de um conceito genérico da cultura como a resposta pretérita às questões que a nossa ausência de instintos não soube ou não pôde responder, o Homem parte para a Vida tendo, consoante os casos, a dor ou o prazer de aprender.
Parece que é a única actvidade da qual o Cérebro não tem medo. Aprender.
Aprender depende sempre do Outro. Nós aprendemos com o Outro. Aprendemos por causa e para o Outro. Caso contrário, seremos apenas algo que espera.
“Como fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, de Dale Carnegie, do ano de 1936, é o resultado de uma experiência proposta, a de vencer o abismo que nos separa do outro. Uma proposta baseada na prática. Como, podemos perguntar?
Comunicar de forma adequada e com sucesso. Que questão fantástica! E, por isso, aterradora…
Este livro aparentemente apenas perde em número para a própria Bíblia, em exemplares e, assim se propõe, existe uma razão para tal, a prática.
Para quem estuda, livros e matéria… é igual a cansaço. Contudo, este livro, de cerca de duzentas páginas, tem um rácio muito interessante: cerca de dez páginas de matéria para cento e noventa de exemplos…
E que matéria estamos a referir-nos? A de nos saber libertar das limitações, com directizes bem claras, de aprendizagem e aplicação imediata, que nos permitem alcançar o melhor de nós e dos outros, nessa enorme tarefa que é comunicar e fazer amigos.
O segundo livro que se propõe, destina-se a tomar consciência do exacto oposto do anterior e abordar um tema que nos deixa, a todos, perplexos, a capacidade destrutiva dos estúpidos. Sim, leu bem, a capacidade destrutiva de valor dos estúpidos.
Editado em 1986, com um número muito restrito de exemplares, “As Leis Fundamentais da Estupidez Humana”, de Carlo M. Cipolla, recentemente traduzido para português, com prefácio do muito conhecido Nassim Nicholas Taleb, autor do aclamado “O Cisne Negro”, no qual discute, e bem, os limites do conhecimento, transporta uma definição de estúpido supinamente clara, actual e, mais importante, imediatamente reconhecível, em nós e nos outros. Reza assim:
“Uma pessoa estúpida é uma pessoa que causa perdas a outra pessoa ou grupo de pessoas enquanto ela própria não retira nenhum ganho da acção e pode até incorrer em perdas.”
Conhece alguém assim?!
A geração de leis e de corolários a partir desta definição merece, sem dúvidas, a leitura de um livro, mais concretamente, um pequeno livrinho, cerca de cinquenta páginas, que nos leva ver e a rever o âmago das decisões ou acções praticadas, nossas e dos outros…
Boas leituras! Boa Saúde! Bem-hajam.