A loucura, o impossível e a matemática
Provavelmente sugestionado pelo título veio ler esta crónica. A história é simples e parcialmente conhecida de muitos, como serão estas frases do livro infantil “Alice no país das maravilhas” (1865) escrito por Lewis Carroll: “Eu não sou louco, minha realidade é apenas diferente da sua.”; “A única forma de chegar ao impossível é acreditar que é possível.”; “Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então.”; “Não é que eu goste de complicar as coisas, elas é que gostam de ser complicadas comigo.” ou “Dizem que o tempo resolve tudo. A questão é: quanto tempo?”.
Lewis Carroll transmite neste livro o imaginário de uma jovem de 19 anos que com a ajuda de um coelho e de uma carta nos levam para um caminho de descoberta e para uma batalha entre o bem e o mal. Mas, afinal, o que isto tem a ver com Matemática?
O seu autor escreveu-a sob o pseudónimo de Lewis Carroll, mais conhecido que o seu verdadeiro nome, Charles Dodgson (1832-1898).
Charles Lutwidge Dodgson, nasceu em Daresbury, Inglaterra, entre Liverpool e Manchester, e teve vários interesses com os quais ocupou a sua vida. Desde romancista, poeta, desenhador, Dodgnon foi também matemático.
Estudou na Universidade de Oxford, onde mais tarde veio a ser professor de Matemática, tendo trabalhado principalmente nos campos da geometria, álgebra linear e matricial, lógica matemática e matemática recreativa, produzindo quase uma dúzia de livros sob seu nome real.
Dodgson também desenvolveu novas ideias em álgebra linear (por exemplo, a primeira prova impressa do teorema kronecker-capelli), probabilidades e o estudo das eleições (por exemplo, método de Dodgson). Alguns destes trabalhos só foram publicados depois da sua morte.
Muito mais sobre a vida louca de Dagson, que quase parece impossível nos dias de hoje, pode ser encontrada em MacTutor, recurso online gratuito que contem biografias de quase 3000 matemáticos e mais de 2000 páginas de ensaios e materiais de apoio.