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ISCAL Serviço

A leitura como boia de salvação

 

Neste ano invulgar, a leitura tem sido para muitos de nós uma boia de salvação e um (por vezes, o único) meio de viajarmos sem nos afastarmos das nossas casas. Aqui vão três sugestões de leitura para a comunidade iscalina.

Em primeiro lugar, A Capital, de Robert Menasse (Dom Quixote, 2019). Este romance, que venceu em 2017 o prestigiado Prémio do Livro Alemão, leva-nos para os meandros da Comissão Europeia, dando-nos uma visão real e concreta do seu funcionamento sem nos aborrecer com estudos, dados estatísticos ou textos normativos. Trata-se de um romance polifónico, com várias personagens e histórias interligadas. Oscila entre a sátira e o policial, embora não faltem momentos dramáticos e até comoventes. Vários temas são abordados, desde o Brexit, até aos populismos nacionalistas, ao terrorismo, e aos dramas pessoais e familiares dos cidadãos de Bruxelas e dos funcionários da União Europeia.

Em segundo lugar, Uma Beleza que Nos Pertence, de José Tolentino Mendonça (Quetzal, 2019). Esta coletânea de aforismos reúne fragmentos da extensa obra do poeta, ensaísta e teólogo português. Um livro balsâmico, a ler com calma, uma página por dia, deixando que nos desafie a refletir sobre a espiritualidade, a amizade, a solidão e a importância da literatura, entre outras coisas.

Finalmente, neste tempo em que tanto se tem falado dos Estados Unidos, por que não (re)ler As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain (Guerra e Paz, 2017). Este clássico intemporal, que Hemingway considerava o pai de todo o romance americano, mantem-se tão atual como quando foi publicado, divertindo-nos e, ao mesmo tempo, confrontando-nos com dureza com os problemas raciais nos Estados Unidos. 
Boas leituras!